Como uma indesejada e intrusa criatura, a morte deixa um rastro de dor e saudade por onde passa, suscitando nos corações a velha dúvida de sempre: há alguma esperança depois da morte? Será que esta questão já perpassou a sua mente, especialmente hoje, Dia de Finados?
Embora você já tenha diversas vezes considerado que todas as pessoas (independente de posição social, convicção religiosa, sexo ou raça) estão sujeitas à morte, o que a transforma na mais democrática de todas as experiências, mesmo assim teme e treme só de pensar que um dia será a sua vez de enfrentá-la. Antes que esse dia chegue, porém, convém parar e pensar sobre a possibilidade de haver alguma esperança depois da morte, principalmente para não se deixar vencer pelo seu infortúnio nem ser consumido pela dor e tristeza que ela causa.
Ao visitar os túmulos de familiares e amigos, quando bater forte a saudade, quando os olhos turvos e marejados de lágrimas buscarem na luz difusa uma réstia de esperança, decerto você poderá notar que o seu próprio coração anseia timidamente pelo dia em que possa olhar a morte face a face e dela não ter medo algum. Estes sentimentos, embora confusos e incertos, na verdade são a semente profética que Deus colocou no coração de cada um de nós, a esperança de que a morte não é o fim de tudo.
A Bíblia ensina que a morte penetrou no mundo por causa do pecado de nossos primeiros pais, quando desobedeceram a Deus e tornaram-se sujeitos a receber o “salário do pecado”, que é a morte (Gn 3.19; Romanos 6.23).
A palavra morte, contudo, tem mais de um sentido na Bíblia, e é importante compreendê-los. Ficamos sujeitos à morte física, como está escrito: “Tu és pó e ao pó te tornarás”. Ficamos sujeitos à morte no sentido moral, pois depois do pecado de nossos primeiros pais, todos vieram a nascer com uma natureza pecaminosa, isto é, uma tendência inata de seguir seu próprio caminho egoísta, alheios a Deus e ao próximo. Há também a morte espiritual, quando o relacionamento com Deus é interrompido. Finalmente, a morte eterna, que é a separação de Deus para todo o sempre, o verdadeiro inferno.
Jesus Cristo veio ao mundo para nos libertar do poder do pecado e da morte. Jesus propiciou a única maneira de escaparmos da morte em todos os seus aspectos.
Observe o que diz a Bíblia a respeito: Jesus “não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” (II Timóteo 1.10). Pela sua morte na cruz, Jesus reconciliou-nos com Deus e, assim, desfez a separação e alienação espirituais resultantes do pecado (II Coríntios 5.18). Pela Sua ressurreição, Jesus venceu e aboliu o poder de Satanás, do pecado e da morte (Romanos 5.18; I João 3.8).
A prova da ressurreição corpórea de Jesus é irrefutável. Alguns historiadores referem-se a ela como o evento mais bem documentado da Antiguidade. É fato indiscutível que os discípulos de Jesus receberam um grande estímulo e foram transformados de discípulos assustados em corajosas e audaciosas testemunhas que não podiam ser silenciadas. A ressurreição é de importância tão crítica porque ela representa a pedra angular da fé cristã. Elimine a ressurreição, e o Cristianismo desmorona como um castelo de cartas.
Se Cristo não tivesse ressurgido corporeamente dentre os mortos, a Igreja já teria deixado de existir, a nossa pregação e a nossa fé seriam sem nenhum valor. Seríamos também os mais infelizes de todas as pessoas e ainda estaríamos mortos em nossos pecados (I Coríntios 15.17-19). Desse modo, ainda estaríamos sujeitos à morte eterna.
Porém, Cristo venceu a morte, Ele ressuscitou! É por isso que o crente em Jesus encara a morte de modo diferente do que não crê. Para o crente, a morte não é o fim da vida, mas um novo começo. Neste caso, ela não é um terror, pois morrer é mais do que meramente partir, é ser liberto das aflições deste mundo e do corpo terreno para ser revestido da vida e glória celestiais.
É confortante o fato de a Bíblia referir-se à morte do crente nestes termos consoladores: “Preciosa é aos olhos do Senhor a morte de seus santos” (Salmo 116.15). É a entrada na paz e na glória (Isaías 57.1,2; Salmo 73.24). É ir para a casa de nosso Pai, onde há “muitas moradas” (João 14.2). É uma partida bem-aventurada para estar “com Cristo”, sendo um “ganho incomparavelmente melhor” (Filipenses 1.21,23). É a ocasião de receber a “coroa da justiça” (II Timóteo 4.8). O céu é o nosso lar, um maravilhoso lugar de repouso e segurança, de convívio e comunhão com os santos e com Deus (Apocalipse 6.11; João 14.2).
Embora o crente tenha grande esperança, mesmo ao encarar a morte, fiquemos absolutamente certos de que neste momento de memórias e lágrimas, é possível dizer, como Davi, no Salmo 23: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo”.
A morte não é o fim, mas convém que cada pessoa se prepare para enfrentá-la. A única esperança que vale a pena está em Jesus, que venceu a morte e ressuscitou. Aceitar a Jesus, ou rejeitá-lo, é o que definirá, finalmente, se você vai rir da morte, ou se ela zombará de você. Mas isso é você quem decide.
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